Quem já teve a oportunidade de ler o post anterior, "Como Tudo Começou", sabe de todas as dificuldades e barreiras que apareceram em nossa frente do dia que começamos a planejar toda essa empreitada ao dia que partimos de fato.
Ir mochilar: sim ou claro?
Planejamento, gastos e dicas!!!!
Segue aqui como toda essa história de ir mochilar começou.
Gastos com os preparativos e alguns outros detalhes também :)
Quem mochilou: Helder e Kalleo
Quem vos escreve: Helder
Onde fomos: Uruguai, Argentina, Chile, Bolívia e Peru.
Estes somos nós dois |
Ele mochilou 3 meses pela Europa e coloquei na cabeça que queria fazer o mesmo, afinal, eu não estava na área de Marketing - dava aulas de inglês - e, sendo assim, me vi naquela situação que o professor citou.
Pesquisamos tudo sobre mochilar na Europa e após ver que sairia muito caro (desde passagens à custo de vida), desistimos.
Fomo para o Plano B: morar três meses no Equador. Estávamos empolgados com a ideia. Tinhamos o dinheiro das passagens pela Avianca (única que faz SP - Quito) e fomos ao aeroporto comprar. Até que uma surpresa: eles não aceitam dinheiro!!!!!!!! Só cartão de credito kkkkkkkkkk Só rindo né. Não temos cartão!!!
Isso e alguns outros detalhes nos fizeram ver que o Universo não queria que fossemos para o Equador.
Plano C: morar 3 meses na Colombia. Pesquisamos muito em vários blogs e também desistimos ao ver o custo de vida alto e a dificuldade em achar passagens promocionais.
Plano D: mochilar por 3 meses pela America do Sul.
Encontrei com o Kalleo numa 3ª feira (02/12/14), falei a ideia, falei a rota, falei os nossos gastos medios e quanto teriamos que juntar - tudo bem por cima, mas com bastante empolgação. Ele pensou por dois dias, até que dia 04/12 fomos ao aeroporto comprar as passagens:
São Paulo - Montevideo (06/05/15)
Lima - São Paulo (04/07/15)
Totalizando 91 dias!
1200 reais para cada um!
Feito!!! Agora era só juntar dinheiro, fazer a rota, pesquisar muuito e ir!!
Até que... dia 12/12 (8 dias depois de comprar as passagens), eu passei MUITO MUITO mal!
Fui ao hospital.
Fiquei internado por 1 semana.
Diagnostico: Doença de Crohn!
Isso me desanimou bastante. Várias vezes no leito do hospital pensei em desistir de tudo (única pessoa que eu podia conversar sobre essas coisas era o proprio Kalleo pois estávamos organizando tudo sem NINGUÉM saber).
Mas, em contrapartida, após sair do hospital, tive uma vontade imensa de vencer essa doença.
Ainda faltavam 5 meses para a viagem, tempo suficiente para eu tentar me recuperar e ir seguindo o tratamento certinho.
Nesse tempo fomos juntando dinheiro.
Algo como 600 reais por mês cada um.
Como o contrato do Kalleo havia acabado em dezembro, ele estava procurando emprego em janeiro. Conseguiu em fevereiro e fazia uns bicos de fim de semana.
Em abril contamos para nossas mães.
Extremamente surpresas e apreensivas (muito quanto à minha saúde e se teriamos dinheiro para todo esse tempo), minha mãe aceitou um pouco mais rápido que a do Kalleo. Talvez por eu já ter uma irmã morando fora e tal.
Mas, de qualquer forma, era a primeira vez que os dois sairiam de casa por tanto tempo.
Três semanas antes contei para minha médica e ela me deu super apoio! Disse que seria bom inclusive para a minha doença, já que está muito ligada ao estresse do dia-a-dia de SP.
Comprei todos meus remédios para os 3 meses.
Foi algo em torno de 800 reais apenas em remédios (com ajuda dos meus pais).
Impressionante como o Universo conspira ao nosso favor quando estamos focados: faltando dois meses para a viagem, vi que naquele ritmo eu não conseguiria juntar o dinheiro. Eis que, do nada, me surgiu 1 aluno particular de inglês e a escola onde dou aulas me pediu para fazer hora-extra. Cara... Não acreditei!! Hahahaha.
Foi aí que consegui completar a quantia necessária para os 3 meses.
Faltando 2 semanas, já tínhamos tudo comprado:
(Primeiro as coisas que lembro-me os preços e depois o que não me lembro mais):
Mochilas de ataque: compramos duas, sem distinção de quem ficaria com cada. Pagamos 200 em uma e 100 na outra (pechinchamos bastante até chegar nesse valor. Saiu tudo por 300, mas ficaria 360);
Segunda pele: 19,90 a camiseta e 25,90 a calça (Centauro);
Lanterna recarregável: 20 reais (Lojas Mel);
2 cadeados: 27 reais (Lojas Mel);
2 doleiras: 30 reais cada (Decathlon);
2 pares de luva de neve: 30 reais cada (Decathlon);
Casaco de Fleece: 30 reais (Centauro);
2 casacos em brechó: 25 e 40 reais cada (brechós na região da Santa Cecília - SP);
Pasta catálogo;
Bag-air (para colocarmos os casacos que mais ocupam espaço na mochila);
Porta escova de dente;
Porta sabonete;
Remédios gerais;
Hidratantes;
Manteiga de cacau;
O que levamos que já tínhamos:
Perfume, sabonete, shampoo, repelente, toalha, mantinha (para viagens em onibus frios), blusa de lã, pijamas, calça jeans, jaquetas e blusas quentes, bolsa térmica, calça de moletom e calça de corrida.
Os dois juntos gastamos cerca de 800 reais nos preparativos (coisas acima e mais outras coisinhas).
Montevideo - Punta - Colonia - Bs As - Rosario - Santa Fé - Cordoba - San Luis - Mendoza - Santiago - La Serena - Copiapó - Antofagasta - Calama - San Pedro de Atacama - Iquique - Arica - Tacna - Arequipa - Nazca - Pisco - Lima.
A rota acabou sendo:
Montevideo - Colonia - Bs As - Rosario - Cordoba - Mendoza - Santiago - La Serena/Coquimbo - Antofagasta - San Pedro de Atacama - Calama - Uyuni - Oruro - La Paz - Arequipa - Lima.
Pensou em desistir, mas em tempos de crise quem é concursado é rei.
Helder prosseguiria a viagem sozinho, mas, depois de muita insistência do Kalleo, Helder cedeu para que os dois voltassem juntos naquela data.
Pois então voltamos dias 14/07 após 70 dias de Mochilão!
A experiência foi única e inesquecível para ambos de nós.
Passamos por lugares incríveis e conhecemos pessoas maravilhosas.
Queremos muito em breve continuar essa aventura!
Antes de irmos, fiz uma planilha para anotarmos ao final de cada dia o quanto gastamos de dinheiro.
Levamos um total de 9500 reais em dinheiro (notas de 100 e 50, sendo 4700 meu e 4800 do Kalleo).
Misturamos os dois dinheiros e colocamos nas doleiras, de forma que não se ouvisse a frase "esse dinheiro é meu".
Cada dia tínhamos, portanto 100 reais para gastar e 500 reais a mais para eventualidades (acabaram acontecendo, como o tênis que tivemos que comprar para o Kalleo no Chile, o celular dele que quebrou a tela etc. Leiam tudo nos posts a seguir).
Em dias que passávamos dos 100 reais estipulados, tinhamos que compensar nos próximos.
Passagens de ônibus normalmente diluíamos o valor em vários dias (de 3 a 6).
Assim, completamos 70 dias e voltamos ao Brasil com 2000 reais (1000 reais cada).
Um conselho: não economize na hora de comprar as mochilas!!! A mochila que pagamos mais caro está inteira, a que pagamos 100 pila foi jogada no lixo assim que chegamos. Estava ACABADA!
Note principalmente o estado da mochila vermelha rs |
Se alguém nos roubasse... Mas felizmente nada aconteceu e estamos aqui agora prontos para contar para vocês os detalhes dessa aventura.
Ao fim dos dias perdemos apenas um par de luvas! Checávamos 100x antes de ir embora dos hostels.
A nossa página no Facebook (Portal Metropop) nos ajudou bastante, claro, afinal conseguimos algumas coisas gratuitamente devido a ela, como comentamos no blog, mas... 3500 reais para cada deu para viver tranquilo nesses 70 dias viajando!
Fizemos esse blog com a intenção de nos lembrarmos do dia a dia dessa experiência única que vivemos, mas também para ajudar outros viajantes por esses lugares que passamos pois muitos blogs nos ajudaram também!
Fizemos alguns posts em forma de resumão também com o intuito de ajudar!
Dúvidas, perguntem!
Resumo de Lima
Nós dois estamos de acordo que a cidade que mais nos surpreendeu durante todo o Mochilão foi Lima!!!
Não que esperássemos pobreza igual na Bolívia, mas também não esperávamos tanto desenvolvimento, estrutura e sofisticação!
Ficamos um total de 5 dias na capital do Peru e saímos de lá com gosto de quero mais!!
Apesar do trânsito caótico (pior até que o de São Paulo) e uma poluição sonora daquelas, gostamos muito de Lima pelo fato de apesar de ser uma metrópole, as pessoas são um tanto quanto tranquilas e a cidade é bastante limpa, arborizada e cheia de atrações bacanas.
Os preços também nos impressionaram: come-se bem por 10 soles, algo em torno de 11 reais (sim, o Nuevo Sol está mais valorizado que o Real).
Queríamos ter nos hospedado na região de Miraflores (havíamos pesquisado hostel por lá por 20 soles), porém acabamos ficando no centro da cidade, próximo à onde o nosso ônibus vindo de Arequipa nos deixou. Tudo porque ao desembarcar do ônibus e tentar pegar um táxi absolutamente nenhum taxista quis nos levar a Miraflores e ninguém sabia nos informar onde pegar um coletivo para a região a aproximadamente 8 km dali. Ficamos mais de uma hora rodando e perguntando para todo mundo na rua como chegar lá e cada um dizia uma coisa rs. O único taxista que aceitou nos levar queria nos cobrar 25 soles para ir até lá. Foi aí que desistimos e resolvemos procurar um hostel mais próximo: ficamos no Loki Backpackers. Foi bom...
Depois descobrimos que muitos taxistas não tem autorização para sair daquela parte da cidade, podendo apenas trabalhar naquela região central.
Nosso voo sairia de Lima só dia 4 de agosto, portanto devíamos ter chegado por lá somente no fim de julho, porém, tivemos que antecipar nossa volta pelo Kalleo ter passado no concurso público e tal (já descorremos sobre isso em outros posts) e acabamos voltando 20 dias antes.
Sendo assim, nos últimos dias de viagem tivemos que nos antecipar e passar mais rápido por certos lugares (Lima foi um desses casos: deu para conhecer bem a cidade, mas dava fácil para ficar mais 3 dias sem enjoar).
Muitas paisagens de tirar o folego.
Avenida Javier Prado Oeste no dia que andamos 12 km pelas ruas de Lima |
Avenida entre os distritos de Barranco e Miraflores |
Ciclovia em Miraflores |
Larcomar Shopping Com vista ao Pacífico, é o shopping mais turístico Fica em Miraflores |
Resumo da Argentina
Ficamos na Argentina do dia 11/05 ao dia 03/06 (total de 24 dias). Passamos por Buenos Aires, Rosario, Cordoba e Mendoza, ficando em hostels e em couchsurfings.
Após sair do Uruguai com aqueles preços assombrosos, a Argentina nos pareceu um paraíso: bem mais barato que o vizinho.
A meta durante todo o mochilão foi de gastar até 100 reais por dia para os dois considerando hospedagem, alimentação e passeios. Em Buenos Aires isso foi moleza! Houve dias que gastamos 75 reais comendo bem e ficando no hostel que vendo agora foi o mais legal de todo o mochilão.
Já nas cidades de Rosário e Cordoba isso foi um pouco mais difícil. Exatamente por isso que em ambas cidades recorremos ao Couchsurfing! E acabaram sendo experiências maravilhosas: conhecemos argentinos extraordinários. Aquele esteriótipo que temos de argentino ser arrogante na verdade define os portenhos (pessoas da capital, Buenos Aires) que realmente são bem chatinhos, mas nada que não dê para relevar com aquela cidade fantástica!!
Não tivemos problemas com o transporte em nenhuma das 4 cidades. Todas têm um sistema bom e eficiente de transporte, sendo o metrô de Buenos Aires o 1º da America do Sul (inaugurado em 1913). Em Mendoza há um meio-de-transporte chamado Metrotranvia: Adoramos!!! Ele circula pela cidade e suas cidades vizinhas. Muito prático!!
Não há catracas nos ônibus de nenhuma cidade, sendo a tarifa dos ônibus de Cordoba o dobro dos de Buenos Aires.
Metrotranvia em Mendoza circulando em meio à cidade |
Todos brasileiros achando tudo caro e para nós tudo muito barato!!
Trens na Argentina também podem ser uma boa alternativa!
Mesmo com as passagens tendo ficado até 5x mais caras após a instauração de novos vagões, muitos trechos podem vir a ser mais baratos que de ônibus.
O único problema é a altíssima procura e as viagens demorarem até 3x mais que de ônibus.
Queríamos ir de Rosario a Cordoba de trem: era maio e só tinha passagem para meados de junho. Tudo porque a passagem em um trem ainda não restaurado em uma viagem de 18 horas custaria 50 pesos!!! - São 6h de ônibus no triplo do valor.
O único trecho que fizemos foi Buenos Aires - Rosário: 7 horas de viagem em um trem novo (por isso a passagem mais cara, mas ainda bem mais em conta que de ônibus. De ônibus, entretanto, seriam 3 horas).
Resumo de San Pedro do Atacama
Passamos por San Pedro de Atacama na semana do dia 20/06.
Alimentação também sofre bastante com preços altos, sendo possível comer em restaurantes por a partir de 3500 pesos. Ingredientes fundamentais de vida em hostel como macarrão e molho de tomate também têm preço elevado.
Obs: este post é apenas um resumão. Para mais detalhes do nosso dia-a-dia em San Pedro e da nossa ida à Uyuni, dê uma olhada nos posts mais abaixo. E qualquer coisa pergunte para nós!
Importante:
Assim como comentado nos posts dos dias no Atacama, fechamos parceria com os dois hostels os quais nos hospedamos em SPA: Corvatsch e Chiloé.
Ofereceram-nos hospedagem em troca de publicidade em nossa página no Facebook e, portanto, se você for em algum destes hostels e comentar que os conheceu pelo Portal Metropop, possivelmente oferecerão a você alguma facilidade no pagamento ou algo do tipo. Não temos como garantir pois combinamos isto com os respectivos donos no mês de junho, mas não custa tentar, né!?
O mesmo vale para a agência de turismo Vulcano Expediciones.
Fica essa nossa dica para vocês!
Cite-nos e tente com eles alguma barganha!!
Nossa página: www.facebook.com/portalmetropop
Dia de dar tchau
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Passeando por Lima
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